sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O dia do nascimento - A cesariana

Então lá me vieram buscar (a mim e à minha caminha, achei uma certa piada, aquela cama esteve sempre comigo, desde a sala de dilatação, levou-me para a sala da cesariana e de volta para o recobro na sala de dilatação e finalmente para o meu quarto, onde ficou até eu sair) e levaram-me para a sala de cesarianas. Aqui o aparato é impressionante. A mesa de operações com aquelas luzes enormes por cima e uma consola gigantesca na cabeceira com uma catrefada de instrumentos, a mesa de neonatologia/reanimação onde são recebidos e observados os recém-nascido, o armário cheio de medicação e descartáveis. Lá veio a enfermeira e a anestesista para me dar a epidural (até elas chegarem lá fiquei eu com a batinha vestida de rabo à mostra um bom bocadito, sentada em cima da mesa de operações. Situação estranha...). A anestesista (que teve o cuidado de me ir dizendo tudo o que ia fazendo) começou por me anestesiar a pele, que neste processo todo ainda foi o que doeu mais e que foi quase nada. De seguida, ainda eu sentada, pediu para não mexer nada e colocou o cateter. Depois pediu para me deitar. A sensação da epidural é deveras estranha. As pernas começaram por ficar pesadas e só depois temos noção da perda de sensibilidade.


Depois taparam-me a visão com um pano e ali fiquei eu, nuinha de perna escancarada enquanto preparavam o resto (desinfecção, etc.). Finalmente lá vem a minha médica e outro senhor que não percebi quem era e finalmente lá deixaram entrar o maridão.


Começa a cirurgia. A sensação é bem estranha porque não temos dores mas sentimos mexer, parece que nos estão a revolver as entranhas. E nós ali, completamente acordados. O meu marido lá ia falando comigo para me tentar distrair e eu lá lhe dizia que "isto é bem estranho".


A cirurgia em si foi rapidíssima, a anestesista pergunta-me se queria ver a bebé, eu digo que sim. Entretanto acho que ouvi um choro mas não tenho bem certeza, foi tudo muito rápido. Ela baixa um pouco o pano e lá vem a Sofia por cima do pano ainda coberta de sangue e fluidos e encostam-na à minha carinha como quem dá um beijinho. Nesta fase confesso, fiquei super-emocionada e vieram-me as lágrimas aos olhos. Levam novamente a pequenina para ser observada pela neonatologista e passado um pouquinho perguntam ao meu marido se queria ir buscar a filha. Ele vai e volta já com ela nos braços, enroladinha numa mantinha de algodão. Que momento.


Mais uma vez pediram ao maridão para sair (por esta altura já devia conhecer aquele corredor de cor e salteado...), acabaram o que havia para acabar e deitaram na minha caminha, com a minha menina ao lado. E a partir daí ela nunca mais deixou a minha beira. Esteve sempre juntinho a mim.


2 comentários:

Anónimo disse...

Que testemunho lindo!
Adorei a descrição e mal vejo a hora para também contar o dia do meu parto e ter o meu Valentim nos meus braços.

Aproveita bem todos os minutinhos com a tua bebé!

Bejinhos

Pintas disse...

Parabéns pela linda filhota!!!
O meu pirralhito já está com 7 meses, mas parece que foi ontem que o tive nos meus braços pela primeira vez...Momentos mágicos e únicos na nossa vida...
Beijinhos e muitas felicidades